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Manoel Carlos, o Maneco QUEM É MANOEL CARLOS ?



Manoel Carlos Gonçalves de Almeida nasceu em São Paulo, em 14 de março de 1933. Filho do comerciante José Maria Gonçalves de Almeida e da professora Olga de Azevedo Gonçalves de Almeida, foi auxiliar de escritório e bancário. Desde os 14 anos, integrou os Adoradores de Minerva, um grupo de jovens que se reunia diariamente na Biblioteca Municipal de São Paulo para ler e discutir literatura e teatro. Entre os integrantes do grupo estavam Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Fabio Sabag, Flávio Rangel e Antunes Filho. 
  
Em 1951, aos 17 anos, começou a trabalhar como ator na TV Tupi paulista, onde atuou no Grande Teatro Tupi, sob a direção de Antunes Filho. No ano seguinte, foi premiado como ator revelação e estreou como produtor e diretor, além de começar a escrever seus primeiros programas. A partir de 1953, participou da fase inaugural da TV Record, de onde saiu para atuar na Companhia Maria Della Costa de teatro. 
  
Entre 1955 e 1959, Manoel Carlos trabalhou em diversas emissoras. Passou pela TV Record, de São Paulo, pela TV Itacolomi, de Belo Horizonte, pela TV Rio e pela TV Tupi, do Rio de Janeiro, onde, além de ator e diretor, adaptou mais de 100 teleteatros. No mesmo período, trabalhou ainda para o Jornal do Comércio, em Recife, e atuou em diversas companhias de teatro. 
  
Na década de 1960, Manoel Carlos participou das últimas produções da TV Excelsior. Na emissora, dirigiu com Álvaro de Moya, Roberto Palmari e Cyro Del Nero os musicais Brasil 60, 61, 62, 63 e 64. O programa promoveu encontros históricos para a televisão brasileira, chegando a apresentar numa mesma noite duplas como Orlando Silva e João Gilberto, Lamartine Babo e Juca Chaves, Elis Regina e Dalva de Oliveira, entre outras. Nessa época, na TV Rio, dividiu a redação do programa Chico Anysio show com Ziraldo e Mário Tupinambá. Foi, ainda, diretor do programa, assim como de um segundo humorístico,  O homem e o riso, também com Chico Anysio, exibido pela TV Rio e pela TV Record paulista.
  
Em 1964, Manoel Carlos foi um dos criadores da Equipe A, que durou até 1970. O grupo, composto por ele, Tuta de Carvalho, Raul Duarte e Nilton Travesso, foi responsável por cerca de 90% da programação da TV Record durante o período. Criaram, escreveram e produziram programas comoHebe Camargo, O fino da Bossa, Bossaudade, Esta noite se improvisa, Alianças para o sucesso, Pra ver a banda passar e Família Trapo, escrito também por Jô Soares e Carlos Alberto de Nóbrega. Além desses, Manoel Carlos esteve à frente dos shows de entrega do troféu Roquette Pinto, também promovidos pela Record. 
  
Manoel Carlos estreou na Rede Globo em 1972, como diretor-geral do Fantástico. Trabalhou no programa por três anos, ao lado de Maurício Sherman, Augusto César Vannucci, Paulo Gil Soares e Luiz Lobo. Nessa época, participou também do Globo gente, um programa de entrevistas comandado por Jô Soares. Além disso, trabalhou na equipe de redação do programa Chico total, de Chico Anysio. 
  
Em 1978, com a experiência de mais de 150 adaptações para a TV, transformou em novela o romanceMaria Dusá, de Lindolfo Rocha, sob o título de Maria, Maria. A primeira telenovela de Manoel Carlos na TV Globo teve direção de Herval Rossano, com Nívea Maria no papel principal, e foi ao ar no horário das 18h. 
  
Em seguida, naquele mesmo ano, o autor adaptou o romance A sucessora, de Carolina Nabuco, que também foi dirigida por Herval Rossano. Exibida no horário das 18h, a novela teve no elenco Suzana Vieira, Rubens de Falco e Arlete Salles. 
  
Em 1980, convidado pelo diretor Paulo Afonso Grisolli, escreveu alguns episódios do seriado Malu Mulher – protagonizado por Regina Duarte –, entre os quais os polêmicos Até sangrar e Duas vezes Mulher. Ainda naquele ano, teve a sua primeira experiência no horário das 20h: convidado pelo autor Gilberto Braga, dividiu a autoria – a partir do capítulo 57 – da premiada Água viva. A novela contava no elenco com Reginaldo Faria e Raul Cortez – em seu primeiro trabalho na TV Globo –, além de Betty Faria, Tônia Carreiro e Glória Pires. 
  
No ano seguinte, Manoel Carlos escreveu Baila comigo, sua primeira novela com roteiro inteiramente original. Exibida no horário das 20h, teve grande repercussão junto ao público, sobretudo pela personagem Helena, então vivida por Lilian Lemmertz. O nome – Helena – passaria a ser utilizado pelo autor em todas as suas novelas, tornando-se uma marca para identificar, de acordo com Manoel Carlos, fortes e encantadoras “heroínas de classe média”. 
  
Em 1982, Manoel Carlos escreveu Sol de verão. Afastou-se da novela, entretanto, após a morte do ator Jardel Filho, que interpretava o personagem principal da trama, o Heitor. Lauro César Muniz assumiu a história e escreveu os 17 capítulos finais, precipitando o término da novela. 
  
Em seguida, Manoel Carlos participou da implantação do núcleo de dramaturgia da TV Manchete, escrevendo a novela Novo amor e duas minisséries. Passou também pela TV Bandeirantes, onde escreveu a minissérie O cometa. Na mesma época, foi contratado pela RTI da Colômbia para escrever quatro minisséries, entre as quais: Uma família como qualquer outra. Sem nunca ter estado na Colômbia, Manoel Carlos escreveu no total duas novelas, três minisséries e um seriado, todos ambientados em Bogotá, inspirado apenas em jornais, algumas revistas semanais e uma lista telefônica. O autor foi o primeiro brasileiro a criar roteiros originais especialmente para a TV americana de língua espanhola, que foram vendidos também para outros países da América Latina. A novela O magnata, por exemplo, escrita em 1990 para a Capitalvision, fez sucesso na Venezuela, no Peru, na Colômbia e na Espanha, além de alcançar grande público na TV espanhola de Miami. 
  
O autor retornou à Rede Globo em 1991, para escrever a novela Felicidade, um projeto de doze anos que começou a ser esboçado com o término de A sucessora. A trama foi inspirada em diversos contos de Aníbal Machado, entre os quais Tati, a garota. Em Felicidade, Manoel Carlos deu vida à sua segunda Helena, dessa vez interpretada por Maitê Proença. A novela foi também a primeira da emissora a ter uma mulher na direção-geral: Denise Saraceni. 
  
Em 1993, Manoel Carlos adaptou dois contos de Mário de Andrade para o especial O besouro e a rosa, dirigido por Roberto Talma, Ignácio Coqueiro e Guel Arraes. Em 1995, escreveu História de Amor. Para protagonizar a novela, exibida no horário das 18h, o autor criou mais uma Helena, vivida desta vez por Regina Duarte. Uma campanha sobre o câncer de mama foi promovida através da personagem Marta, interpretada por Bia Nunes. Além disso, também foi abordado o tema do anti-tabagismo. 
  
Em 1998, Manoel Carlos lançou Por amor, cuja sinopse fora escrita em 1983. Através de mais uma Helena, novamente interpretada por Regina Duarte, o autor trabalhou a polêmica atitude de uma mãe que abre mão de seu filho em nome da filha, que perdera seu bebê horas depois do parto. Além disso, abordou o alcoolismo e o trabalho dos Alcoólicos Anônimos, através do personagem Orestes, vivido por Paulo José. 
  
Em 2000, escreveu um dos seus maiores sucessos na TV: a novela Laços de família, para o horário das 20h. A trama foi ambientada no bairro carioca do Leblon, pelo qual o autor declara profunda admiração. Tentando aproximar cada vez mais a ficção da realidade, Manoel Carlos pontuou a história com dramas familiares, partindo de um triângulo amoroso entre o jovem Edu, interpretado por Reynaldo Gianecchini, Helena, vivida por Vera Fischer, e sua filha Camila, uma personagem escrita especialmente para a atriz Carolina Dieckmann. O ápice da trama se dá quando Camila descobre que é vítima de leucemia e Helena decide engravidar para gerar um doador de medula compatível com a filha.
  
As histórias de Manoel Carlos são marcadas por ações de merchandising social. Imagens da novelaLaços de família, por exemplo, foram usadas posteriormente numa campanha da emissora sobre leucemia. Como resultado, a novela contribuiu para aumentar o número de doadores de medula óssea: o Instituto Nacional do Câncer, que registrava dez novos cadastramentos por mês, passou a receber 149 nas semanas que se seguiram ao término da novela. 
  
Em 2003, escreveu mais um sucesso do horário das 20h: Mulheres apaixonadas. A novela contava no elenco com Christiane Torloni – no papel de Helena –, Tony Ramos, Suzana Vieira, José Mayer, entre outros. Em termos de merchandising social, foram abordadas questões relacionadas ao preconceito contra o idoso no Brasil, apresentadas a partir do casal vivido por Carmem Silva e Louzadinha. Além disso, a trama retratou o lesbianismo, a violência contra a mulher e o celibato, entre outros assuntos. 
  
Em 2006, Manoel Carlos escreveu sua sétima novela para o horário das 20h: Páginas da vida. No elenco, além de Regina Duarte – no papel de Helena –, estiveram Tarcísio Meira, José Mayer, Edson Celulari, Renata Sorrah, Sônia Braga e Ana Paula Arósio. Dirigida por Jayme Monjardim, a novela contou ainda com as participações de Glória Menezes e Fernanda Vasconcellos. 
Fonte: Viver a Vida


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